Utilizo as diversas faces inseridas nas palavras para camuflar meus pensamentos, que não param de dominar minha mente, coisa que nem sempre é bom. Perdi a conta da quantidade de vezes que tento não pensar em nada, mas não consigo, sempre acabo encontrando alguma coisa que prensa minha atenção mesmo que por dez segundos.
Não sei ao certo com quantos anos comecei a escrever, lembro somente da primeira palavra que li: "Deca", sim a marca de pias. Era noite e minha mãe, como sempre, me preparava para ir dormir. Após vestir o pijama e deixar meu cabelo gigante de tanto pentiar, era hora de escovar os dentes - ou melhor, de engolir pasta - na hora de enxaguar a boca vi a pequena palavra escrita em azul clarinho e a repeti em voz alta. Meio zonza, minha mãe perguntou:" O que você disse?" E eu apontei para pia. Acho que ela nem lembra dessa cena, mas sei que foi ali que minha parceria com as palavras teve início.
Muitos anos depois, escolhi uma profissão que trabalha com as palavras o tempo todo, adoro o jornalismo, mas confesso que há momentos de desânimo, não sei se todas as profissões são assim, mas as vezes penso se realmente tenho jeito para isso, por outro lado, não há nada que eu queira fazer. No entanto, acho que nasci pra isso mesmo, apenas estou passando a aprender o que é a profissão, situação que pode gerar uma certa insegurança.
Aos poucos vou me descobrindo e definindo.
Sejam bem-vindos ao meu mundo indefinido
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